13 de jun. de 2016

TUDO NOVO: DE NOVO


De Moscas - Ana Laura Nahas 
Quantas vezes você já ouviu alguém dizer que queria ser uma mosquinha para ouvir uma conversa a portas fechadas, estar presente em algum lugar que por algum motivo não se pode estar apesar de toda vontade do mundo ou saber o que aquele sujeito enigmático pensa da vida, da arte, do amor, do desamor ou da vitória do Flamengo? 
Eu já quis também, alguma vezes. Mas desde outro dia os motivos são outros, diferentes, mais nobres que um pedaço de segredo ou meia dúzia de curiosidades. Acontece que as moscas são seres mais complexos do que parecem, e ser mosca, pelo menos de vez em quando, é mais do que ser capaz de ouvir conversa, estar presente ou saber da vida alheia. 
Verdade. 
Segundo consta, algumas espécies de moscas vivem apenas 24 horas, o que, em última e filosófica instância, pode significar que poucos seres neste mundo têm tanta urgência de viver quanto as moscas. O que para nós, portanto, é um dia de vida – que pode ser bom, ruim, cansativo ou tedioso, memorável ou desprezível – para elas é a existência inteira, o tempo exato de nascer, comer, reproduzir e morrer, e acabou-se. 
Talvez por isso, quando levantam voo, as moscas não têm rumo certo, não saem do ponto em que se encontram para ir a um lugar definido nem definitivo; apenas voam, sem planejamento, rota, medo ou dificuldade, sem apego, sem ambições nem amarras, sem projetos complexos, sem ciúme e sem saudade, e seja o que Deus (o das moscas) quiser. 
A urgência, vai ver, torna as coisas diferentes, torna da mesma forma imediata a ideia de que a dor não compensa, a indiferença não compensa, o apego não compensa, nem a violência, a insistência e a inconsequência; a urgência faz certeira a certeza de que a vida é curta e, quando menos se espera, termina – e ficam apenas lembranças e papéis e vontades e palavras não ditas. 
Por isso, há tempo de juntar, tempo de jogar fora, tempo de poupar, tempo de gastar, tempo de comer, tempo de digerir e tempo de ir, porque a vida é às vezes urgente como o dia de uma mosca.   


No campus Venda Nova do Imigrante eu aprendi tudo do pouco que sei do que é ser servidor público. De abril de 2010 a junho de 2016, eu vivi, aprendi, ensinei, conheci e, principalmente, cresci. 
Agora, no campus (ainda "avançado") Viana eu começo com novos desafios e possibilidades.

Não foi fácil deixar todo o já-conhecido para trás, mas, como disse o professor Karnal em uma palestra a que assisti ontem: "Mudar é difícil, mas não mudar é fatal!".

E, por fim, Edson Marques: "SÓ O QUE ESTÁ MORTO NÃO MUDA".